Entenda como é feita a eutanásia em animais


O termo eutanásia (do grego eu= bem, bom; thánatos=morte) significa morte sem sofrimento e já foi debatido inúmeras vezes. É um assunto bem difícil de se lidar, tanto com as pessoas quanto com os animais. Mas, a diferença é que no caso dos nossos amigos de 4 patas esse é um procedimento permitido e muito comum. E, só quem realmente ama os bichinhos sabe como é difícil tomar a decisão de por fim a tantos anos de amizade. Passei por isso há duas semanas e por isso resolvi pesquisar sobre o tema e fazer esse artigo para dividir tudo que aprendi durante esse processo.

Decidir pela eutanásia no seu animal de estimação não é uma tarefa fácil e é muito importante ter um veterinário ao seu lado dando todo o apoio que você precisa. Afinal, quando saber que já não existe cura para o seu amigo do peito e que ele está em sofrimento?

Nesse momento você recebe conselhos de todo mundo. Seus amigos sempre querem o seu bem, mas as vezes é difícil saber o nível de amor que sentimos pelo nosso animalzinho. Sem levar em conta que nesse momento estamos tentando fazer de tudo para salva-lo ainda. Acreditamos em milagres e que de alguma forma vamos conseguir salva-los, mas infelizmente não acontece sempre, pelo menos, não aconteceu comigo. Graças a Deus tinha o meu veterinário Dr. Alberto Cohen que além de me confortar disse a frase mágica: “Não ouça as pessoas. Só você conhece o Nick. Você vai saber quando chegar a hora”.

Naquele momento era o que eu precisava ouvir para acalmar o meu coração. Uma pena que daquele dia até ter que tomar a decisão se passaram apenas 3 dias. Mas foram os dias mais intensos que vivemos juntos.

Ele teve câncer, primeiro no pescoço e depois no pulmão. Foi um processo muito rápido. Do aparecimento do primeiro até chegar a eutanásia foram míseros 4 meses. Tentei de tudo, mas uma hora temos que entender que eles precisam partir.

Nem todo mundo tem alguns dias que sejam para se despedir, mas se você tiver a oportunidade eu aconselho a fazer o mesmo. Tive a possibilidade de fazer a eutanásia uma semana antes quando descobri que não podia fazer mais nada pelo Nick. Ele estava fraquinho, mas se alimentando bem e até brincando, então resolvi ficar com ele até o momento que ele começasse a sofrer. Afinal, tudo o que eu não queria era vê-lo sofrer. Hoje, quando fica só aquela saudade imensa, eu vejo que tomei a decisão certa. Esses dias de despedida foram muito importantes para entender o processo e aceitar melhor a sua partida.

Aí chega o temido dia. O que fazer? Pedir para um amigo ou familiar levar na veterinária? Levar você mesmo? Ficar no momento fatídico? E como isso funciona? Ele sofre? É rápido? São tantas as dúvidas não é verdade?

Bom, vamos começar explicando como é o procedimento. Desde 2008, o Conselho Federal de Medicina Veterinária alterou as metodologias preconizadas para a eutanásia em animais. Hoje não é mais permitido o uso de CO e CO2, como utilizado na polêmica “câmara de gás”. E outro ganho espetacular foi que agora a eutanásia só pode ser feita quando o bem-estar do animal está ameaçado, ou seja, quando não existe mais cura para uma doença e o bichinho esta com dor e sofrendo.
O Dr. Alberto salienta que é preciso tentar de tudo antes de tomar essa decisão. “Enquanto o animal de estimação tiver alguma chance vamos tentar salva-lo. Sou contra fazer eutanásia em um animal se ele tiver qualquer chance de tratamento ou de viver sob medicação sem dor por mais algum tempo.”

Mas, quando não tem mesmo jeito e você toma a decisão, ficam as outras perguntas… Ele vai sofrer? Como acontece o procedimento?
Assim que o animal chega ao veterinário para fazer a eutanásia ele recebe uma sobre dose de anestesia. Em alguns casos, dependendo do estado clínico do paciente, a morte acontece nessa etapa. Caso não ocorra, depois da anestesia ele recebe uma medicação que causa uma parada cardiorrespiratória. O procedimento não demora mais do que cinco minutos, independentemente do porte do animal.

Algumas pessoas preferem não ver o melhor amigo indo embora, querem ter a imagem dele vivo e brincando, outras já optam por estar com eles até o último suspiro…

Quando decidi ficar com o Nick na sala fiquei por ele, queria que soubesse que estaria ali até o fim. Quando você toma a decisão de fazer a eutanásia a veterinária te deixa alguns momentos com seu animalzinho numa sala para se despedir, ali é a ultima vez que vai falar com ele, então aproveite…

Então sai da sala e rezei por ele. Pedi que fosse descansar em paz e agradeci por tantos anos de parceria… Mas aí quando você acha que acabou vem outra decisão, o que fazer com o corpinho dele? Enterrar? Cremar em conjunto? Cremar sozinho? Guardar as cinzas? Jogar em um Jardim? São muitas as opções e você precisa decidir. Meu conselho é que antes de levar seu animal de estimação para a eutanásia já tenha resolvido o que fazer depois, porque no dia você sai de lá muito mexido e sem condições de tomar essa decisão.

Nossa jornalista Jaque Silva é curiosa, e questionadora desde pequena, por isso escolheu a profissão bem cedo.
Na sua coluna ela vai abordar temas atuais em entrevistas com profissionais de cada área. Aqui é o lugar onde todas as dúvidas do público serão tiradas...Ficou curioso? Então dá uma olhadinha no que ela já preparou para você!

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